Manual Todo-o-Terreno
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Manual Todo-o-Terreno
Um amigo que sabe do meu interesse e gosto plo TT, enviou-me isto, não sei onde arranjou este manual, mas como está excelente e ñ me lembro de ter visto algo semelhante neste nosso espaço
Ideal para quem começa ou pra quem já tem bastante experiencia reciclar conhecimentos, sinti-me na obrigação de partilhar
Um veículo 4x4 permite, para além da condução normal em estrada, o seu uso fora de estrada, a transposição de obstáculos e o acesso a locais inacessíveis aos veículos de turismo.
Se na condução em estrada o condutor deve observar as regras do Código da estrada, aliadas a uma atitude defensiva, de bom senso e cortesia, ao conduzir fora de estrada, o condutor deve observar as regras de protecção do ambiente e das propriedades. Conhecer e obedecer os regulamentos específicos de circulação em determinadas áreas ou zonas protegidas, possuir o espírito de auto-suficiência e de “desenrascanço” necessários a determinadas situações.
A condução de um veículo 4x4 fora de estrada exige alguns conhecimentos do funcionamento da viatura, do meio e das técnicas especiais de condução, orientação e desempanagem.
A condução fora de estrada e, principalmente, a transposição de obstáculos, exigem uma condução suave e cuidadosa, para se evitarem avarias, “atascanços” e acidentes.
Evite circular fora de estrada sozinho, especialmente em locais desconhecidos.
Mecânica do 4X4
A maioria dos veículos 4x4, vulgarmente designados por jipes, possuem características que os diferenciam das viaturas de turismo ligeiras e comerciais. Destes últimos, a maioria difere essencialmente nos seguintes aspectos:
- Chassis independente da carroçaria. Alguns modelos de viaturas 4x4 possuem estrutura monobloco, idêntica à das viaturas de turismo.
- Opção entre tracção a 2 ou 4 rodas, permitindo ao condutor seleccionar entre tracção simples ou integral.
- Caixa de transferência que permite seleccionar entre mudanças altas e baixas, tirando estas últimas, maior partido do binário do motor, permitindo mais força transmitida às rodas.
- Bloqueio de diferencial (ou diferenciais), que permite uma transferência da força do motor às 4 rodas de forma equivalente, evitando a patinagem das rodas.
- Maior altura ao solo, comparativamente às viaturas de turismo vulgares.
- Suspensões mais resistentes, com maior curso e independentes a cada roda.
Em todos os outros aspectos mecânicos, um veículo 4x4 ê idêntico aos demais, sendo muitos equivalentes em potência. velocidade e conforto.
Características técnicas do 4x4
Ângulos de ataque, ventral e de saída
Estas medidas (em graus) são importantes pois referem as capacidades do veículo para iniciar a subida de um declive (ângulo de ataque), de transposição de lombas ou topo de um declive ascendente (ângulo ventral) e a capacidade de saída de um declive descendente (ângulo de saída)
Diâmetro de viragem
Dá-nos a medida (em metros) do diâmetro da circunferência mínima necessária para que o veículo possa efectuar uma curva ou uma inversão do sentido de marcha.
Altura a solo
É a medida entre o ponto de contacto das rodas em piso liso e regular e o ponto mais baixo da viatura, normalmente os diferenciais. É medida em centímetros.
Também se costuma medir a altura de passagem de vaus, que é a altura máxima de água que pode ser atravessada sem causar danos ao motor.
Inclinação lateral
É a medida (em graus) do ângulo lateral que o veículo pode inclinar sem tombar. Depende muito da localização do centro de gravidade do veículo.
Técnicas de condução fora de estrada
A condução de um veículo 4x4 fora de estrada exige conhecimentos de condução que ultrapassam os necessários para a condução de um ligeiro normal. Tanto pela utilização dos equipamentos extra (caixa de transferência e bloqueios de diferencial) como pelas técnicas especiais de utilização destes recursos de acordo com as situações de aderência, de inclinação ou outra.
Antes de iniciar um percurso fora de estrada, aprenda a conhecer a sua viatura, as suas características de todo-o-terreno (ver ângulos da viatura e alturas), as suas potencialidades em termos de tracção, se possível conheça o caminho que vai efectuar e as condições que pode encontrar. Um bom caminho de terra batida pode transformar-se num lamaçal intransponível depois de alguns dias de chuva.
Posição de condução
A condução deste tipo de veículo exige especialmente uma boa maneabilidade do volante, utilizando a posição das 10H e 10M ou das 9H e 15M. Esta posição permite manter o volante sempre bem seguro, obter maior controlo na direcção que pretendemos seguir e proporciona movimentos de viragem mais rápidos e certeiros. Quando segurar o volante e ao rodá-lo, sempre em todas as manobras, nunca ponha as mãos pelo interior do volante. Esse gesto pode ocasionar graves lesões nos dedos e mãos, se uma das rodas repentinamente bater numa pedra ou resvalar num rego do caminho.
O condutor deve procurar uma posição que lhe permita utilizar os pedais e alavancas (mudanças e outras) sem que tenha de se afastar do banco e sem grande esforço.
Ao transitar em zonas densamente arborizadas e com vegetação, deve manter os vidros fechados para evitar apanhar com ramos na cara ou nos braços.
Sempre que possível, use o cinto de segurança e obrigue os outros ocupantes da viatura a usá-los. A qualquer momento uma viatura pode tombar ou inclinar-se demasiado e é muito importante que o condutor possa continuar a dirigi-la com segurança.
Tracção às 4
Sempre que as condições de aderência diminuam, deve ser engrenada a transmissão às 4 rodas. Deste modo o veículo manterá sempre uma tracção constante, na possibilidade de falta de aderência momentânea de uma das rodas.
Caixa de transferência
Este sistema, ligado à caixa de velocidades, também chamado de caixa de redutoras, faz a ligação da tracção às 4 rodas e permite, em conjunto ou separadamente, reduzir a relação da caixa de velocidades, permitindo obter um maior binário nas mudanças baixas. Ao utilizar a caixa de transferência em 4x4 e ao engrenar as “baixas”, o veículo terá mais força e perderá velocidade. Este sistema deve ser utilizado em baixa velocidade de deslocação e normalmente agregado ao bloqueio de diferenciais.
Bloqueio de diferenciais
Só deve ser utilizado em percursos em linha recta, pois nesta posição as rodas giram todas à mesma velocidade relativa, pelo que não é fácil efectuar curvas. Como se sabe, numa curva as rodas do lado exterior, têm de percorrer um trajecto maior que as rodas do lado de dentro, O bloqueio de diferencial pode ser a dois níveis:
- Bloqueio do diferencial central : Permite que haja uma repartição da força de transmissão do motor, equivalente aos diferenciais da frente e de trás. Nalguns modelos de veículos esta opção não existe. O bloqueio do diferencial central é usado sempre que as condições de aderência se deterioram ou quando declives, com pouca aderência, são ultrapassados.
- Bloqueio dos diferenciais anterior e posterior : Permite que haja transmissão de força equivalente às rodas direita e esquerda (nos eixos anterior e posterior), mesmo que uma delas perca a aderência. Este sistema deve ser accionado sempre que as condições de aderência são muito reduzidas; areia, lama, neve, etc. Este sistema é automático nalgumas viaturas, quando têm autoblocante.
- Sistema de roda livre : Existe em alguns modelos de viaturas, manual ou automático, e permite ligar (desligar) as rodas da frente dos respectivos eixos de transmissão. Isto acontece em viaturas com tracção às 4 rodas permanente, isto é aquelas em que os diferenciais anterior e posterior se mantém sempre ligados. Este sistema permite poupar energia de movimento, especialmente quando se pretende apenas tracção às rodas posteriores, quando se circula em estrada normal.
Transposição de obstáculos
Antes de transpor qualquer obstáculo, verifique as condições do terreno. Certifique-se daquilo que irá encontrar e o que está do outro lado do obstáculo. Se necessário, pare, saia do carro e efectue um pequeno reconhecimento a pé. Evite circular sozinho. Muitas situações requerem a ajuda de alguém no exterior do carro.
Declives
Antes de se aventurar a subir ou descer um declive, verifique se os ângulos de ataque e de saída não lhe impedirão a manobra. Verifique também se o ângulo ventral não o vai deixar “pendurado” no topo do declive.
Nos pequenos declives ou declives com boa aderência, devemos utilizar a tracção às 4 acelerando suavemente na subida, evitando calcar a embraiagem.
Este é, aliás, um pormenor a tomar em consideração durante a condução de um veículo 4x4 na transposição de qualquer obstáculo, simples ou complicado: nunca carregue no pedal da embraiagem enquanto está em movimento. Um carro desembraiado perde toda a tracção, e isso é exactamente aquilo que não queremos que suceda num 4x4.
Ao atingir o topo do declive, retire o pé do acelerador e mantenha uma rotação baixa.
Ao descer um declive, não trave, deixe que seja o motor a aguentar o veículo.
Se o declive for muito acentuado ou com fraca aderência, acelere numa mudança mais longa (2 ou e apanhe um pouco de balanço). Lembre-se que uma 3 baixa equivale a uma 1ª alta.
Também ao descer um declive acentuado ou com pouca aderência, se necessário acelere um pouco para que as rodas não derrapem ou fiquem presas.
Inclinações laterais
Os problemas que podem suceder no atravessamento de um local com elevada inclinação lateral, são o deslizamento provocado pela falta de aderência e de suporte do peso do veículo, e o capotamento por excesso de inclinação.
Nas inclinações laterais, a maioria dos veículos vai mais longe do que o condutor pensa poder. A maioria dos veículos aguentam inclinações até aos 40º.
Ao circular num plano inclinado lateralmente, o condutor deve evitar contrabrecar se sentir o veículo “escorregar”. Essa manobra pode provocar o capotamento. Em vez disso, deve manter as rodas direitas ou mesmo girar ligeiramente para o lado para onde está a escorregar.
Passagem de vaus
A travessia de um ribeiro ou lagoa constitui uma experiência muito agradável para qualquer condutor. No entanto algumas precauções terão de ser tomadas antes de iniciar essa manobra.
Antes de entrar na água, verifique a profundidade do local e certifique-se de que o veículo está preparado para essa altura de água. Procure previamente o melhor local para atravessar, onde haja melhor altura de água, menos corrente e o fundo seja visível. Tenha atenção à força das correntes e à existência de fundões escondidos. No fundo de lagos existem lamas e lodos que poderão “atascar” o seu veículo.
Ao atravessar mantenha uma aceleração constante afim de evitar que entre água pelo escape do carro.
Não se assuste se entrar água para dentro do carro. Se ela entrar, sairá depois, mas concerteza que irá molhar os tapetes do carro.
Certifique-se de que o nível de água não atinge a entrada de ar do motor. Se isso acontecer a viagem terminará aí.
Areia, lama e neve
Estas são as situações mais difíceis de transpor com um veículo mesmo sendo um 4x4. Facilmente um pequeno erro pode provocar um “atascanço”.
As regras básica, nestes terrenos são: evitar curvas e manter uma velocidade constante numa mudança mais solta, 2a ou 3a baixas.
Como já foi dito, em areia, neve ou lama, é fácil ficarmos com o veículo preso e com uma roda a patinar.
Se isso acontecer, devemos parar imediatamente e tentar inverter a marcha na mesma direcção ou com as rodas voltadas (areia ou neve).
Existem alguns truques que permitirão atenuar as passagens de zonas deste tipo. Por exemplo, ao atravessar uma zona de areia, use pneus mais largos ou esvazie os seus pneus de modo a criar-lhes maior zona de contacto. Ao circular em zonas de neve utilize pneus cardados ou correntes nas rodas. Se tiver de transpor uma zona enlameada, procure colocar as rodas nos sítios mais secos ou já cavados pelas rodas de outros carros, tendo em atenção a altura de lama debaixo do carro e a profundidade dos rêgos, que podem prendê-lo.
Meios e truques para desatolamentos
No caso de ficar atolado será muito útil ter algumas pessoas para o ajudarem e possuir alguns equipamentos que o apoiem. Os equipamentos sempre úteis nestas situações são:
- Guincho, que lhe permitirá puxar o seu veículo para fora do local onde se encontra “atascado”, O guincho necessitará de um local onde o prender (árvore, pedra ou outro carro) mas, caso não exista, sempre se podem improvisar algumas soluções.
- Cintas ou cabos de reboque, são sempre úteis para rebocar um carro ou para, em conjunto com o guincho, obter maior área de suporte.
- Pranchas, que colocadas sob as rodas, permitem obter a aderência que o piso não nos dá. Podem ser substituídas por ramos, pedras ou até pelos tapetes do carro.
- Macaco “high-lift”, que em situações de lama ou se o veículo ficar preso num rêgo ou no alto de um declive, nos poderá ajudar a levantá-lo e a puxá-lo lateralmente ou a colocar algo debaixo das rodas.
- Pá, instrumento muito útil quando é preciso cavar para retirar terra, pedras ou neve debaixo do carro ou das rodas.
- Outro veículo em piso firme será muitas vezes o nosso salvador, podendo rebocar-nos dali para fora.
Uso do guincho
O guincho e um equipamento muito importante para quem utiliza
a condução fora de estrada em situações extremas e sob condições
climatéricas difíceis (chuva ou neve).
Existem três tipos de guincho: mecânico, manual e eléctrico. O primeiro, pouco usual, o ligado directamente ao motor da viatura, o segundo, apenas permite médios esforços de tracção, o que não é suficiente para puxar alguns veículos todo-o-terreno. O guincho eléctrico é o mais utilizado e permite esforços de tracção até às várias toneladas.
Ao usar o guincho não se esqueça de usar luvas fortes que lhe protejam as mãos contra golpes e cortes ou queimaduras provocadas pela passagem de cabos e cordas.
Antes de iniciar o trabalho de desatolamento ou de remoção de uma viatura com a ajuda do guincho, estude bem a situação, verifique todas as alternativas possíveis e tente antecipar uma estratégia de actuação.
Enquanto o cabo do guincho estiver esticado ou o guincho se encontre em funcionamento, certifique-se de que ninguém se encontra junto do guincho, perto do cabo ou na zona ande irá prender o gancho do cabo. Se depois de esticado o cabo se soltar ou algum ponto de apoio se partir, a chicotada produzida pode magoar alguém.
Certifique-se de que os pontos de apoio são suficientemente sólidos e de que todos os cabos, cordas, cintas, ganchos, passa cabos e mosquetões utilizados estão em condições e são os indicados para os esforços que se irão realizar.
O guincho pode ser comandado do exterior ou do interior do veículo. Se estiver no interior do veiculo passe e fio do comando pela janela, para evitar que o mesmo se estrague ou deteriore.
Depois de ser usado, o cabo do guincho deve ser limpo, retiradas as lamas ou areias. O seu cabo deve ser enrolado sem dobras ou vincos, afim de manter as características de resistência iniciais. Um cabo vincado pode partir. Um cabo mal enrolado, pode não se conseguir desenrolar ou dar um esticão ao desenrolar-se.
Ao funcionar com o guincho eléctrico, lembre-se de que ele está ligado à bateria, pelo que, enquanto estiver em funcionamento, o carro deve estar com o motor ligado (se for possível) para manter a carga eléctrica constante e não descarregar a bateria.
Se funcionar com o comando do guincho de dentro do carro enquanto manobra o carro, arranje alguém que, do exterior. o ajude e lhe vá dando indicações do que deverá fazer. Antecipadamente combine alguns sinais com essa pessoa para que não haja problemas de comunicação. Combine sinais para a avançar, parar, virar à esquerda, à direita, etc.
O esforço de um guincho pode ser desmultiplicado usando roldanas ou passa cabos de forma a que o cabo não vá directamente do carro ao ponto de apoio. Quando mais desmultiplicações fizer, menos esforço o guincho terá de fazer, mas mais tempo terá e funcionar e mais cabo será necessário.
É extenso, mas certamente depois desta leitura fica-se mais capaz de enfrenTTar o maTTo e mais conhecedor sobre os 4x4
Ideal para quem começa ou pra quem já tem bastante experiencia reciclar conhecimentos, sinti-me na obrigação de partilhar
Um veículo 4x4 permite, para além da condução normal em estrada, o seu uso fora de estrada, a transposição de obstáculos e o acesso a locais inacessíveis aos veículos de turismo.
Se na condução em estrada o condutor deve observar as regras do Código da estrada, aliadas a uma atitude defensiva, de bom senso e cortesia, ao conduzir fora de estrada, o condutor deve observar as regras de protecção do ambiente e das propriedades. Conhecer e obedecer os regulamentos específicos de circulação em determinadas áreas ou zonas protegidas, possuir o espírito de auto-suficiência e de “desenrascanço” necessários a determinadas situações.
A condução de um veículo 4x4 fora de estrada exige alguns conhecimentos do funcionamento da viatura, do meio e das técnicas especiais de condução, orientação e desempanagem.
A condução fora de estrada e, principalmente, a transposição de obstáculos, exigem uma condução suave e cuidadosa, para se evitarem avarias, “atascanços” e acidentes.
Evite circular fora de estrada sozinho, especialmente em locais desconhecidos.
Mecânica do 4X4
A maioria dos veículos 4x4, vulgarmente designados por jipes, possuem características que os diferenciam das viaturas de turismo ligeiras e comerciais. Destes últimos, a maioria difere essencialmente nos seguintes aspectos:
- Chassis independente da carroçaria. Alguns modelos de viaturas 4x4 possuem estrutura monobloco, idêntica à das viaturas de turismo.
- Opção entre tracção a 2 ou 4 rodas, permitindo ao condutor seleccionar entre tracção simples ou integral.
- Caixa de transferência que permite seleccionar entre mudanças altas e baixas, tirando estas últimas, maior partido do binário do motor, permitindo mais força transmitida às rodas.
- Bloqueio de diferencial (ou diferenciais), que permite uma transferência da força do motor às 4 rodas de forma equivalente, evitando a patinagem das rodas.
- Maior altura ao solo, comparativamente às viaturas de turismo vulgares.
- Suspensões mais resistentes, com maior curso e independentes a cada roda.
Em todos os outros aspectos mecânicos, um veículo 4x4 ê idêntico aos demais, sendo muitos equivalentes em potência. velocidade e conforto.
Características técnicas do 4x4
Ângulos de ataque, ventral e de saída
Estas medidas (em graus) são importantes pois referem as capacidades do veículo para iniciar a subida de um declive (ângulo de ataque), de transposição de lombas ou topo de um declive ascendente (ângulo ventral) e a capacidade de saída de um declive descendente (ângulo de saída)
Diâmetro de viragem
Dá-nos a medida (em metros) do diâmetro da circunferência mínima necessária para que o veículo possa efectuar uma curva ou uma inversão do sentido de marcha.
Altura a solo
É a medida entre o ponto de contacto das rodas em piso liso e regular e o ponto mais baixo da viatura, normalmente os diferenciais. É medida em centímetros.
Também se costuma medir a altura de passagem de vaus, que é a altura máxima de água que pode ser atravessada sem causar danos ao motor.
Inclinação lateral
É a medida (em graus) do ângulo lateral que o veículo pode inclinar sem tombar. Depende muito da localização do centro de gravidade do veículo.
Técnicas de condução fora de estrada
A condução de um veículo 4x4 fora de estrada exige conhecimentos de condução que ultrapassam os necessários para a condução de um ligeiro normal. Tanto pela utilização dos equipamentos extra (caixa de transferência e bloqueios de diferencial) como pelas técnicas especiais de utilização destes recursos de acordo com as situações de aderência, de inclinação ou outra.
Antes de iniciar um percurso fora de estrada, aprenda a conhecer a sua viatura, as suas características de todo-o-terreno (ver ângulos da viatura e alturas), as suas potencialidades em termos de tracção, se possível conheça o caminho que vai efectuar e as condições que pode encontrar. Um bom caminho de terra batida pode transformar-se num lamaçal intransponível depois de alguns dias de chuva.
Posição de condução
A condução deste tipo de veículo exige especialmente uma boa maneabilidade do volante, utilizando a posição das 10H e 10M ou das 9H e 15M. Esta posição permite manter o volante sempre bem seguro, obter maior controlo na direcção que pretendemos seguir e proporciona movimentos de viragem mais rápidos e certeiros. Quando segurar o volante e ao rodá-lo, sempre em todas as manobras, nunca ponha as mãos pelo interior do volante. Esse gesto pode ocasionar graves lesões nos dedos e mãos, se uma das rodas repentinamente bater numa pedra ou resvalar num rego do caminho.
O condutor deve procurar uma posição que lhe permita utilizar os pedais e alavancas (mudanças e outras) sem que tenha de se afastar do banco e sem grande esforço.
Ao transitar em zonas densamente arborizadas e com vegetação, deve manter os vidros fechados para evitar apanhar com ramos na cara ou nos braços.
Sempre que possível, use o cinto de segurança e obrigue os outros ocupantes da viatura a usá-los. A qualquer momento uma viatura pode tombar ou inclinar-se demasiado e é muito importante que o condutor possa continuar a dirigi-la com segurança.
Tracção às 4
Sempre que as condições de aderência diminuam, deve ser engrenada a transmissão às 4 rodas. Deste modo o veículo manterá sempre uma tracção constante, na possibilidade de falta de aderência momentânea de uma das rodas.
Caixa de transferência
Este sistema, ligado à caixa de velocidades, também chamado de caixa de redutoras, faz a ligação da tracção às 4 rodas e permite, em conjunto ou separadamente, reduzir a relação da caixa de velocidades, permitindo obter um maior binário nas mudanças baixas. Ao utilizar a caixa de transferência em 4x4 e ao engrenar as “baixas”, o veículo terá mais força e perderá velocidade. Este sistema deve ser utilizado em baixa velocidade de deslocação e normalmente agregado ao bloqueio de diferenciais.
Bloqueio de diferenciais
Só deve ser utilizado em percursos em linha recta, pois nesta posição as rodas giram todas à mesma velocidade relativa, pelo que não é fácil efectuar curvas. Como se sabe, numa curva as rodas do lado exterior, têm de percorrer um trajecto maior que as rodas do lado de dentro, O bloqueio de diferencial pode ser a dois níveis:
- Bloqueio do diferencial central : Permite que haja uma repartição da força de transmissão do motor, equivalente aos diferenciais da frente e de trás. Nalguns modelos de veículos esta opção não existe. O bloqueio do diferencial central é usado sempre que as condições de aderência se deterioram ou quando declives, com pouca aderência, são ultrapassados.
- Bloqueio dos diferenciais anterior e posterior : Permite que haja transmissão de força equivalente às rodas direita e esquerda (nos eixos anterior e posterior), mesmo que uma delas perca a aderência. Este sistema deve ser accionado sempre que as condições de aderência são muito reduzidas; areia, lama, neve, etc. Este sistema é automático nalgumas viaturas, quando têm autoblocante.
- Sistema de roda livre : Existe em alguns modelos de viaturas, manual ou automático, e permite ligar (desligar) as rodas da frente dos respectivos eixos de transmissão. Isto acontece em viaturas com tracção às 4 rodas permanente, isto é aquelas em que os diferenciais anterior e posterior se mantém sempre ligados. Este sistema permite poupar energia de movimento, especialmente quando se pretende apenas tracção às rodas posteriores, quando se circula em estrada normal.
Transposição de obstáculos
Antes de transpor qualquer obstáculo, verifique as condições do terreno. Certifique-se daquilo que irá encontrar e o que está do outro lado do obstáculo. Se necessário, pare, saia do carro e efectue um pequeno reconhecimento a pé. Evite circular sozinho. Muitas situações requerem a ajuda de alguém no exterior do carro.
Declives
Antes de se aventurar a subir ou descer um declive, verifique se os ângulos de ataque e de saída não lhe impedirão a manobra. Verifique também se o ângulo ventral não o vai deixar “pendurado” no topo do declive.
Nos pequenos declives ou declives com boa aderência, devemos utilizar a tracção às 4 acelerando suavemente na subida, evitando calcar a embraiagem.
Este é, aliás, um pormenor a tomar em consideração durante a condução de um veículo 4x4 na transposição de qualquer obstáculo, simples ou complicado: nunca carregue no pedal da embraiagem enquanto está em movimento. Um carro desembraiado perde toda a tracção, e isso é exactamente aquilo que não queremos que suceda num 4x4.
Ao atingir o topo do declive, retire o pé do acelerador e mantenha uma rotação baixa.
Ao descer um declive, não trave, deixe que seja o motor a aguentar o veículo.
Se o declive for muito acentuado ou com fraca aderência, acelere numa mudança mais longa (2 ou e apanhe um pouco de balanço). Lembre-se que uma 3 baixa equivale a uma 1ª alta.
Também ao descer um declive acentuado ou com pouca aderência, se necessário acelere um pouco para que as rodas não derrapem ou fiquem presas.
Inclinações laterais
Os problemas que podem suceder no atravessamento de um local com elevada inclinação lateral, são o deslizamento provocado pela falta de aderência e de suporte do peso do veículo, e o capotamento por excesso de inclinação.
Nas inclinações laterais, a maioria dos veículos vai mais longe do que o condutor pensa poder. A maioria dos veículos aguentam inclinações até aos 40º.
Ao circular num plano inclinado lateralmente, o condutor deve evitar contrabrecar se sentir o veículo “escorregar”. Essa manobra pode provocar o capotamento. Em vez disso, deve manter as rodas direitas ou mesmo girar ligeiramente para o lado para onde está a escorregar.
Passagem de vaus
A travessia de um ribeiro ou lagoa constitui uma experiência muito agradável para qualquer condutor. No entanto algumas precauções terão de ser tomadas antes de iniciar essa manobra.
Antes de entrar na água, verifique a profundidade do local e certifique-se de que o veículo está preparado para essa altura de água. Procure previamente o melhor local para atravessar, onde haja melhor altura de água, menos corrente e o fundo seja visível. Tenha atenção à força das correntes e à existência de fundões escondidos. No fundo de lagos existem lamas e lodos que poderão “atascar” o seu veículo.
Ao atravessar mantenha uma aceleração constante afim de evitar que entre água pelo escape do carro.
Não se assuste se entrar água para dentro do carro. Se ela entrar, sairá depois, mas concerteza que irá molhar os tapetes do carro.
Certifique-se de que o nível de água não atinge a entrada de ar do motor. Se isso acontecer a viagem terminará aí.
Areia, lama e neve
Estas são as situações mais difíceis de transpor com um veículo mesmo sendo um 4x4. Facilmente um pequeno erro pode provocar um “atascanço”.
As regras básica, nestes terrenos são: evitar curvas e manter uma velocidade constante numa mudança mais solta, 2a ou 3a baixas.
Como já foi dito, em areia, neve ou lama, é fácil ficarmos com o veículo preso e com uma roda a patinar.
Se isso acontecer, devemos parar imediatamente e tentar inverter a marcha na mesma direcção ou com as rodas voltadas (areia ou neve).
Existem alguns truques que permitirão atenuar as passagens de zonas deste tipo. Por exemplo, ao atravessar uma zona de areia, use pneus mais largos ou esvazie os seus pneus de modo a criar-lhes maior zona de contacto. Ao circular em zonas de neve utilize pneus cardados ou correntes nas rodas. Se tiver de transpor uma zona enlameada, procure colocar as rodas nos sítios mais secos ou já cavados pelas rodas de outros carros, tendo em atenção a altura de lama debaixo do carro e a profundidade dos rêgos, que podem prendê-lo.
Meios e truques para desatolamentos
No caso de ficar atolado será muito útil ter algumas pessoas para o ajudarem e possuir alguns equipamentos que o apoiem. Os equipamentos sempre úteis nestas situações são:
- Guincho, que lhe permitirá puxar o seu veículo para fora do local onde se encontra “atascado”, O guincho necessitará de um local onde o prender (árvore, pedra ou outro carro) mas, caso não exista, sempre se podem improvisar algumas soluções.
- Cintas ou cabos de reboque, são sempre úteis para rebocar um carro ou para, em conjunto com o guincho, obter maior área de suporte.
- Pranchas, que colocadas sob as rodas, permitem obter a aderência que o piso não nos dá. Podem ser substituídas por ramos, pedras ou até pelos tapetes do carro.
- Macaco “high-lift”, que em situações de lama ou se o veículo ficar preso num rêgo ou no alto de um declive, nos poderá ajudar a levantá-lo e a puxá-lo lateralmente ou a colocar algo debaixo das rodas.
- Pá, instrumento muito útil quando é preciso cavar para retirar terra, pedras ou neve debaixo do carro ou das rodas.
- Outro veículo em piso firme será muitas vezes o nosso salvador, podendo rebocar-nos dali para fora.
Uso do guincho
O guincho e um equipamento muito importante para quem utiliza
a condução fora de estrada em situações extremas e sob condições
climatéricas difíceis (chuva ou neve).
Existem três tipos de guincho: mecânico, manual e eléctrico. O primeiro, pouco usual, o ligado directamente ao motor da viatura, o segundo, apenas permite médios esforços de tracção, o que não é suficiente para puxar alguns veículos todo-o-terreno. O guincho eléctrico é o mais utilizado e permite esforços de tracção até às várias toneladas.
Ao usar o guincho não se esqueça de usar luvas fortes que lhe protejam as mãos contra golpes e cortes ou queimaduras provocadas pela passagem de cabos e cordas.
Antes de iniciar o trabalho de desatolamento ou de remoção de uma viatura com a ajuda do guincho, estude bem a situação, verifique todas as alternativas possíveis e tente antecipar uma estratégia de actuação.
Enquanto o cabo do guincho estiver esticado ou o guincho se encontre em funcionamento, certifique-se de que ninguém se encontra junto do guincho, perto do cabo ou na zona ande irá prender o gancho do cabo. Se depois de esticado o cabo se soltar ou algum ponto de apoio se partir, a chicotada produzida pode magoar alguém.
Certifique-se de que os pontos de apoio são suficientemente sólidos e de que todos os cabos, cordas, cintas, ganchos, passa cabos e mosquetões utilizados estão em condições e são os indicados para os esforços que se irão realizar.
O guincho pode ser comandado do exterior ou do interior do veículo. Se estiver no interior do veiculo passe e fio do comando pela janela, para evitar que o mesmo se estrague ou deteriore.
Depois de ser usado, o cabo do guincho deve ser limpo, retiradas as lamas ou areias. O seu cabo deve ser enrolado sem dobras ou vincos, afim de manter as características de resistência iniciais. Um cabo vincado pode partir. Um cabo mal enrolado, pode não se conseguir desenrolar ou dar um esticão ao desenrolar-se.
Ao funcionar com o guincho eléctrico, lembre-se de que ele está ligado à bateria, pelo que, enquanto estiver em funcionamento, o carro deve estar com o motor ligado (se for possível) para manter a carga eléctrica constante e não descarregar a bateria.
Se funcionar com o comando do guincho de dentro do carro enquanto manobra o carro, arranje alguém que, do exterior. o ajude e lhe vá dando indicações do que deverá fazer. Antecipadamente combine alguns sinais com essa pessoa para que não haja problemas de comunicação. Combine sinais para a avançar, parar, virar à esquerda, à direita, etc.
O esforço de um guincho pode ser desmultiplicado usando roldanas ou passa cabos de forma a que o cabo não vá directamente do carro ao ponto de apoio. Quando mais desmultiplicações fizer, menos esforço o guincho terá de fazer, mas mais tempo terá e funcionar e mais cabo será necessário.
É extenso, mas certamente depois desta leitura fica-se mais capaz de enfrenTTar o maTTo e mais conhecedor sobre os 4x4
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